quarta-feira, 13 de maio de 2009

Lesões em corredores de rua


Adriano Akira Ferreira Hino; Rodrigo Siqueira Reis; Ciro Romélio Rodriguez-Añez; Rogério César Fermino; Prevalência de Lesões em Corredores de Rua e Fatores Associados. Rev Bras Med Esporte – Vol. 15, No 1 – Jan/Fev, 2009.


Este artigo é da Revista Brasileira de Medicina do Esporte. Trata-se de uma publicação brasileira e em português classificada pela CAPES como B1, em uma escala que vai de A1 à C3.

Resumo

Os autores avaliaram lesões (qualquer dor ou agravo que tenha limitado ou afastado a participação do atleta em treinos e/ou competições) em indivíduos praticantes e treinados em corrida de rua.

A presença de lesões nos últimos seis meses foi de 28,5% (29,8 e 23,9% para homens e mulheres, respectivamente). Nenhuma das variáveis investigadas (idade, renda, índice de massa corporal - IMC, volume de treinamento, treinar com orientação profissional) apresentou associação com o relato de lesões. No entanto, pode-se observar que a maior prevalência de lesões foi observada na faixa etária dos 30,1 aos 45 anos (32,8%), para aqueles com sobrepeso/obesidade (35,2%), para mulheres que treinam mais do que 30 min/dia (31,3%) e homens que treinam mais que 60 min/dia (34,2%).

A maior parte dos indivíduos lesionados (60,5%) permaneceu menos de três meses afastada, sendo maior a probabilidade dessa ocorrência para aqueles com volumes de treino entre 31 e 60 min/dia (os maiores volumes).

No entanto, quando os aspectos de treinamento foram analisados como variáveis independentes, ou seja, os calculo feitos com uma variável de cada vez, observou-se maior probabilidade de afastamento (superior a três meses) entre os indivíduos que apresentaram volumes de treinamento de 31 a 60 min/dia, comparados com aqueles que treinavam com menor volume (até 30 min/dia). Contudo, quando a análise foi ajustada ao sexo, à idade e ao IMC, a associação não foi significativa. O treinamento acompanhado por profissionais não foi associado a menor risco de afastamento provocado por lesões inferior a três meses.

Conclusões do artigo


A prevalência de lesões foi de aproximadamente 1/3 nos homens e 1/4 nas mulheres. As variáveis investigadas não apresentaram associação com a presença de lesões entre os participantes de corrida de rua e a gravidade destas está associada ao volume de treino.

O que podemos aprender com este artigo? (opinião do leitor/tradutor)

Trata-se de um trabalho realizado diretamente com individuos praticantes de uma determinada modalidade. Sendo assim, reflete as características de um grupo específico (295 corredores de Curitiba). Então, não podemos esquecer que a diversidade é uma das características do ser humano. Mas trata-se de um bom indicador de pontos que não podem ser esquecidos por quem pratica atividade física e, neste grupo específico, a corrida de rua: o volume do treinamento. A velha máxima da sabedoria popular, neste caso, pode ser mudada ligeiramente: bom senso não faz mal e, inclusive, faz bem a saúde. Já em relação a não haver menos riscos com aqueles que treinam sob orientação de um profissional da área, o bom senso também poderia fazer bem, uma vez que em outros grupos populacionais, de corredores inclusive, o risco pode ser diferente ou ainda a qualidade do profissional também (notem que isso não foi avaliado neste trabalho!!).

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